A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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Snr. aD. Graça não permittia que elle a servisse d’um pouco de vinho branco?

Barrôlo estendeu o braço, com effusão:

— Oh Cavalleiro! eu tenho empenho em que você prove esse vinho com cuidado... É da minha propriedade do Corvello... Faço muito gosto n’elle. Mas prove com attenção!

S. Ex. aprovou com devoção, como se commungasse. E com uma cortezia compenetrada para Barrôlo que reluzia de gosto:

— Uma delicia! uma verdadeira delicia!

— Hein? Não é verdade? Eu, para mim, prefiro este vinho do Corvello a todos os vinhos francezes, os mais finos... Até alli o nosso amigo Padre Sueiro, que é um Santo, o aprecia!

Silencioso, esbatido por traz d’uma das altas jarras de cravos, Padre Sueiro corou, sorriu:

— Com muita agua, infelizmente, Snr. José Barrôlo... O gosto pede, mas o rheumatismo não consente.

Pois José Mendonça, que não temia rheumatismos, atacava sempre bravamente aquelle bemdito Corvello...

— Que lhe parece a você, João Gouveia?

Oh! João Gouveia já o conhecia, louvado Deus! E certamente nunca encontrára em Portugal, como