derrubada. E sem a erguer, sem ousar, rouco dos soluços que o entalavam:
— Pois agora é que eu me lembro, meu Fidalgo! Agora é que me ralo por aquella doidice! Agora! depois do que o Fidalgo fez pela mulher e pelo pequeno!...
Gonçalo sorriu, encolheu os hombros:
— Que tolice, Casco!... Pois a sua mulher apparece ahi n’uma noite d’agua... E o pequenito doente, coitadito, com febre... Como vae elle, o Manelsinho?
O Casco murmurou do fundo da sua humildade:
— Louvado seja Deus, meu senhor, muito sãosinho, muito rijinho.
— Ainda bem... Ponha o chapeu. Ponha o chapeu, homem! E adeus!... Vossê não tem que agradecer, Casco... E olhe! Traga cá um dia o pequeno. Eu gostei do pequeno. É espertinho.
Mas o Casco não se arredava, pregado ás lages. Por fim, n’um soluço que rebentou:
— É que eu não sei como hei-de dizer, meu Fidalgo... Lá o dia de cadeia, acabou! Tenho genio, fiz a asneira, com o corpo a paguei. E pouco paguei, graças ao Fidalgo... Mas depois quando sahi, quando soube que a mulher viera de noite á Torre, e que o Fidalgo até a embrulhára n’uma capa, e que não deixára sahir o pequeno...
Estacou, afogado pela emoção. E como Gonçalo,