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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

tambem commovido, lhe batia risonhamente no hombro, «para acabar, não se fallar mais n’essas bagatellas...» — o Casco rompeu, n’uma grande voz dolorosa e quebrada:

— Mas é que o Fidalgo não sabe o que é para mim aquelle pequeno!... Desde que Deus m’o mandou tem sido uma paixão cá por dentro que até parece mentira!... Olhe que na noite que passei na cadeia da villa não dormi... E Deus me perdôe, não pensei na mulher, nem na pobre da velha, nem na pouquita terra que amanho, tudo ao desamparo. Toda a noite se foi a gemer: — «ai o meu querido filhinho! ai o meu querido filhinho!...» Depois quando a mulher, logo pela estrada, me diz que o Fidalgo ficára com elle na Torre, e o deitára na melhor cama, e mandára recado ao medico... E depois quando soube pelo snr. Bento que o Fidalgo de noite subia a vêr se elle estava bem coberto, e lhe entalava a roupa, coitadinho...

E arrebatadamente, n’um choro solto, gritando: — «Ai meu Fidalgo! meu Fidalgo!...» — o Casco agarrou as mãos de Gonçalo, que beijava, rebeijava, alagava de grossas lagrimas.

— Então, Casco! Que tolice!... Deixe homem!

Pallido, Gonçalo saccudia aquella gratidão furiosa — até que ambos se encararam, o Fidalgo com as pestanas molhadas e tremulas, o lavrador dos Bravaes