A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
363

Districto, e apenas egualada (nas maiusculas) pela do Escrivão da Camara Ecclesiastica.

Sacudia já da poeira uma antiga pasta de marroquim para transportar a Obra amada — quando o Bento empurrou a porta, ajoujado com uma cesta de vime que uma toalha de rendas cobria.

— Um presente.

— Um presente... De quem?

— Da Feitosa, das senhoras.

— Bravo!

— E com uma carta, que vem pregada na toalha.

Com que curiosidade Gonçalo despedaçou o sobrescripto! Mas, apezar de lacrado com um pomposo sello d’Armas, apenas continha linhas a lapis n’um bilhete de visita da prima Maria Mendonça: — «Hontem ao jantar contei quanto o primo Gonçalo gosta de pêcegos sobretudo aboborados em vinho, e a Annica toma por isso a liberdade de lhe mandar esse cestinho de pêcegos da Feitosa, que como sabe são fallados em todo o Portugal... Mil saudades.» — Gonçalo imaginou logo no fundo da cesta, debaixo dos pêcegos, docemente escondida, uma cartinha da D. Anna!

— Bem! São pêcegos... Deixa ahi sobre uma cadeira...