A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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soubera que S. Ex. ase propunha Deputado pelo Circulo) para lhe offerecer na freguezia de Canta-Pedra o seu prestimo e os seus votos...

Gonçalo, risonho e pasmado, saudava, torcia embaraçadamente o bigode. E o Visconde de Rio-Manso não estranhava aquelle pasmo por que de certo o Snr. Gonçalo Ramires o conhecêra sempre como ferrenho Regenerador... Mas então! Elle pertencia á geração, agora bem rareada, que antepunha aos deveres da Politica os deveres da gratidão: — e além da sympathia que lhe merecia o Snr. Gonçalo Ramires (pelo que constava em todo o Districto do seu talento, da sua affabilidade, da sua caridade) tambem conservava para com S. Ex. auma divida de gratidão, ainda aberta, não por indifferença, mas por timidez...

— V. Ex. anão adivinha, Snr. Gonçalo Mendes Ramires?... Não se lembra?

— Não, realmente, Snr. Visconde, não me...

Pois uma tarde o Snr. Gonçalo Mendes Ramires passava a cavallo pela quinta da Varandinha, quando a sua neta, brincando no terraço (aquelle terraço gradeado d’onde se curva uma magnolia), deixou escapar uma péla para a estrada. O Snr. Gonçalo Mendes Ramires, rindo, apeou immediatamente, apanhou a péla, e, para a restituir á menina debruçada