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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

quinta, invejou ao Snr. Ramires tão cuidadoso e honrado rendeiro... — Deante do portão, o char-à-bancsdo Visconde esperava, atrelado de duas mulas lustrosas e nedias. Gonçalo admirou as mulas. E, abrindo a portinhola, supplicou ao Snr. Visconde que beijasse por elle a mãosinha da Snr. aD. Rosa. Commovido, o Visconde confessou uma ousadia, uma esperança — e era que S. Ex. aum dia, á sua escolha, parasse em Canta-Pedra, jantasse na quinta, para conhecer mais intimamente a menina da péla e do cravo...

— Mas com immensa honra!... E desde já me proponho a ensinar á Snr. aD. Rosa, se ella o não sabe, o jogo da péla á antiga portugueza.

O Snr. Visconde saudou, banhado de gosto e riso, com a mão sobre o coração.

Gonçalo, trepando as escadas, murmurava: — «Oh senhores, que sympathico homem! E que generoso homem, que paga rosas com votos! Ora vejam como ás vezes, por uma pequenina attenção, se ganha um amigo! Com certeza, para a semana vou a Canta-Pedra jantar!... Homem encantador!»

E foi n’um ditoso estado d’alma que accommodou na caleche a pasta de marroquim com o manuscripto, o cesto sentimental dos pêcegos da D. Anna — e accendeu um charuto, e saltou á almofada, e tomou as redeas para lançar, n’um trote alegre até Oliveira, a parelha branca do Russo.