A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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No largo d’El-Rey, antes d’apear, perguntou logo ao Joaquim da Porta noticias dos senhores. Os senhores todos muito bem, graças a Deus... O Snr. José Barrôlo partira de manhã a cavallo para a quinta do Snr. Barão das Marges, só recolhia á noite...

— E o Snr. Padre Sueiro?

— O Snr. Padre Sueiro, creio que está para casa da Snr. aD. Arminda...

— E a Snr. aD. Graça?

— A Snr. aD. Graça desceu ha um bocadinho grande para o Mirante, de chapeu... Naturalmente ia á Egreja das Monicas.

— Bem. Leva esse cesto de pêcegos e dize ao Joaquim da Copa que o ponha na mesa, assim mesmo no cesto, com as folhas... E que me subam ao quarto agoa quente.

O relogio de parede, na sala de espera, gemia preguiçosamente as cinco horas. O palacete repousava n’um claro silencio. E depois da poeira e dos solavancos da estrada, pareceu mais doce a Gonçalo a frescura do seu quarto com as quatro janellas abertas sobre o jardim regado e sobre a cerca das Monicas. Cuidadosamente, guardou logo n’uma gaveta da commoda a pasta preciosa de marroquim. Uma creada de olhos repolhudos entrára com o jarrão d’agua quente: — e o Fidalgo, como sempre,