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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

varava... Colera contra a irmã que, calcando pudor, altivez de raça, receio dos escarneos d’Oliveira, tão facil e estouvadamente como se calcam as flôres desbotadas d’um tapete, correra ao Mirante, ao macho da bigodeira, apenas elle lhe acenára com o lenço almiscarado! Colera contra o Barrôlo, o bochechudo bacôco, que empregava os seus bacôcos dias celebrando o Cavalleiro, arrastando o Cavalleiro para o Largo d’El-Rei, escolhendo na adega os vinhos mais finos para que o Cavalleiro aquecesse o sangue, ageitando as almofadas de todos os camapés para que o Cavalleiro saboreasse estiradamente o seu charuto e a graça presente de Gracinha! Emfim colera contra si, que, pela baixa cubiça de uma cadeira em S. Bento, abatera a unica muralha segura entre a irmã e o homem da marrafa lusente — que era a sua inimizade, aquella escarpada inimizade, sempre, desde Coimbra, tão rijamente reforçada e recaiada!... Ah! todos tres horrendamente culpados!

Depois uma tarde, enfastiado da solidão, ousou um passeio por Villa-Clara. E reconheceu que na Assembleia, no estanco do Simões, na loja do Ramos, os amores de Gracinha eram certamente tão ignorados como se passassem nas profundidades da Tartaria. Immediatamente a sua alma doce, agora socegada, se abandonou á doçura de tecer desculpas subtis para todos os culpados d’aquella queda