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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

Eis ahi o Bento mandando — marcando a sua ração de cognac! E justamente o Bento insistia:

— O Snr. Doutor bebeu mais de tres calices. Assim não convém... Eu tambem tive culpa em não tirar a garrafa...

Então, perante despotismo tão declarado, o Fidalgo da Torre teve uma brusca revolta:

— Homem, não dês tantas leis. Bebo o cognac que preciso e que quero!

Ao mesmo tempo, com a ponta dos dedos, experimentava a agua na infusa:

— Esta agua está morna! exclamou logo. Já me tenho fartado de dizer! Para a barba, preciso sempre agua a ferver.

O Bento, gravemente, mergulhou tambem o dedo na agua:

— Pois esta agua está quasi a ferver... Nem para a barba se necessita agua mais quente.

Gonçalo encarou o Bento com furor. O que! mais objecções, mais leis!

— Pois vá immediatamente buscar outra agua! Quando eu peço agua quente, pretendo que venha em cachão. Irra! tanta sentença!... Eu não quero moral, quero obediencia!

O Bento considerou Gonçalo atravez d’um espanto que lhe inchára a face. Depois, lentamente, com magoada dignidade, empurrou a porta, levando