elle, que, desde Coimbra, bem levianamente, arrastado por uma elegancia de tradições, se manifestára sempre Regenerador, no «Centro» da Couraça, nas correspondencias para a Gazeta do Porto, nas verrinas ardentes contra o chefe do Districto, o Cavalleiro detestavel?... Agora só lhe restava esperar. Esperar, trabalhando; ganhando em consistencia social; edificando com sagacidade, sobre a base do seu immenso nome historico, uma pequenina nomeada politica; tecendo e estendendo a malha preciosa das amizades partidarias desde Santa Ireneia até ao Terreiro do Paço... Sim! eis a theoria explendida: — mas consistencia, nomeada, affeições politicas, como se conquistam? «Advogue, escreva nos jornaes!» fôra o conselho distrahido e risonho do seu chefe, o Braz Victorino. Advogar em Oliveira, mesmo em Lisboa? Não podia, com aquelle seu horror ingenito, quasi physiologico, a autos e papelada forense. Fundar um jornal em Lisboa como o Ernesto Rangel, seu companheiro de Coimbra no Hotel Mondego? Era façanha facil para o neto adorado da Snr. aD. Joaquina Rangel que armazenava dez mil pipas de vinho nos barracões de Gaia. Batalhar n’um jornal de Lisboa? N’essas semanas de Capital, sempre pelo Banco Hypothecario, sempre com as «primas», nem formára relações duraveis e uteis nos dous grandes Diarios Regeneradores, a Manhãe a Verdade... De sorte que, realmente,
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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES