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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

o villão, o Snr. D. Tructesindo que era o pae e Deus mandava fosse o vingador. E alli, na estreitura o derrubariam e o sangrariam como um porco — e como o sangue era vil, a um tiro de bésta encontrariam agua farta para lavar as mãos, a agoa do pégo das Bichas!...

— Famosa traça! murmurou Tructesindo convencido.

E D. Pedro de Castro bradou atirando um faiscante olhar aos Cavalleiros d’Hespanha:

— Vida de Christo, que se meu tio-avô Gutierres tivera por Coudel aqui o snr. D. Garcia, não lhe escapavam os de Lara quando levaram o Rei Menino, na grande carreira, para Santo Estevam de Gurivaz!... Entendido pois, primo e amigo! E a cavallo, para a monteria, mal reponte a lua!

E recolheram as tendas — que já nas fogueiras lourejavam os cabritos da ceia, e os uchões acarretavam, d’entre os carros da sarga, os pesados odres de vinho de Tordesillas.

Com a ceia no arraial (grave e sem ruido, por que um luto velava o coração dos hospedes) Gonçalo terminou, n’essa noute, o seu capitulo IV, lançando á margem outra nota: — «Meia noite... Dia cheio. Batalhei, trabalhei. — ». Depois no seu quarto, em quanto se despia, traçou todo o alvoroto da briga curta em que o Bastardo como lobo em fojo quedaria