A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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se celebrasse em S. Francisco um Te-Deum de graças, de que elle costearia as despezas, com orgulho, caramba! Á sahida, acompanhado pelo Titó, pelo Gouveia, pelo Manoel Duarte, por outros socios, encontraram o Videirinha — que não pertencia á Assembleia, mas rondava, esperando o Fidalgo para lhe lançar duas trovas do Fado, improvisadas n’essa tarde, em que o exaltava acima dos outros Ramires, da Historia e da Lenda!

O rancho quedou no chafariz. O violão gemeu, com amor. E o cantar do Videirinha, elevado da alma, varou a muda ramagem das olaias:

 

Os Ramires d’outras eras
Venciam com grandes lanças,
Este vence com um chicote,
Vêde que estranhas mudanças!
É que os Ramires famosos,
Da passada geração,
Tinham a força nas armas
E este a tem no coração!

 

A tão requebrado conceito — os amigos romperam em vivas a Gonçalo, á Casa de Ramires. E o Fidalgo recolhendo á Torre, commovido, pensava:

— É curioso! Esta gente toda parece gostar de mim!...

Mas que emoção quando, de manhã cedo, o Bento o acordou com um telegramma de Lisboa!