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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

amigo, o mostrasse, o impozesse como o homem necessario, o querido do Governo, o melhor entre os bons, a quem as freguezias deviam offerecer n’um Domingo o punhado de votos.

E na impaciencia d’esse favor abafára a memoria de amargos aggravos; deante d’Oliveira pasmada abraçára o homem detestado desde annos, que andava chasqueando e demolindo, por praças e jornaes: facilitára a resurreição de sentimentos que para sempre deviam jazer enterrados; e envolvera o ser que mais amava, a sua pobre e fraca irmãsinha, em confusão e miseria moral... Torpezas e damnos — e para quê? Para surripiar um punhado de votos que dez freguezias lhe trariam correndo, gratuitamente, effusivamente, entre vivase foguetes, se elle acenasse e lh’os pedissse...

Ah! eis ahi... Fôra a desconfiança, essa encolhida desconfiança de si mesmo, — que desde o collegio, atravez da vida, lhe estragára a vida. Era a mesma desgraçada desconfiança, que ainda semanas antes, deante de uma sombra, um pau erguido, uma risada n’uma taberna, o forçava a abalar, a fugir, arripiado e praguejando contra a sua fraqueza. Por fim, um dia, n’uma volta d’estrada, avança, ergue o chicote — e descobre a sua força! E agora, penetra por entre o povo, agarrado timidamente á mão poderosa,