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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

— Hein? que disse eu?! cá está vestido. Vestido verde!

— Lê para deante, homem! bramou o Titó.

E o Administrador, realmente interessado, recomeçou, com entono:

«...com o meu vestido verde novo, excepto a saia, um pouco pesadota. Creio que fui eu a primeira que avistou o primo Gonçalo, na plataforma do Sud-Express. Não imaginas como vem... optimo! Até mais bonito, e sobretudo mais homem. A Africa nem de leve lhe tostou a pelle. Sempre a mesma brancura. E d’uma elegancia, d’um apuro! Prova de como se adeanta a civilisação d’Africa! dizia o primo Arega, este é estylo novo de tangas em Macheque!... Como imaginas, muito abraço, muita beijoca. A tia Louredo choramigou. Ah, já esquecia! Estava tambem o Visconde de Rio-Manso, com a filha, a Rosinha. Muito linda ella, com um vestido do Redfern, fez sensação. Todos me perguntavam quem era, e o conde d’Arega, está claro, logo com appetite de ser apresentado. O Rio-Manso tambem choramigou ao abraçar o primo Gonçalo. E ali viemos todos, em nobre sequito, pela estação fóra, entre o pasmo dos povos. Mas immediatamente uma scena. De repente, no meio de toda aquella nata de brazões, o primo Gonçalo rompe e cahe nos braços do homemzinho de bonet agaloado que