com o charuto acceso, se debruçou da varanda para receber a serenada. Mais ardente, quasi soluçante, vibrou o cantar do Videirinha. Agora era a quadra de Gutierres Ramires, na Palestina, sobre o monte das Oliveiras, á porta da sua tenda, deante dos Barões que o acclamavam com as espadas nuas, recusando o Ducado de Galiléa e o senhorio das Terras d’Além-Jordão. — Que não podia, em verdade, acceitar terra, mesmo Santa, mesmo de Galiléa...
Terras de Santa Ireneia!
— Boa piada! murmurou Gonçalo.
Videirinha, enthusiasmado, entoou logo outra nova, trabalhada n’essa semana — a do sahimento de Aldonça Ramires, Santa Aldonça, trazida do mosteiro d’Arouca ao solar de Treixedo, sobre o almadraque em que morrera, aos hombros de quatro Reis!
— Bravo! gritou o Fidalgo pendurado da varanda. Essa é famosa, oh Videirinha! Mas ahi ha Reis de mais... Quatro Reis!
Enlevado, empinando o braço do violão, o ajudante da Pharmacia lançou outra, já antiga — a d’aquelle terrivel Lopo Ramires que, morto, se erguera da sua campa no Mosteiro de Craquêde, montára um