no luminoso silencio do ceu de verão. Depois para ella e para a lua atirou as endeixas glorificadoras, na dolente melodia d’um fado de Coimbra, rico em ais:
Quem te v’rá sem que estremeça,
Torre de Santa Ireneia,
Assim tão negra e callada,
Por noites de lua cheia...
Torre de Santa Ireneia!
Ainda suspendeu para agradecer ao Fidalgo, que o convidava a subir e enxugar um calice de genebra salvadora. Mas retomou logo o descante, ditoso em descantar, como sempre arrebatado pelo sabor dos seus versos, pelo prestigio das Lendas, emquanto Gonçalo desapparecia — com folgazãs desculpas ao Trovador «por cerrar a portinha do Castello...»
Ai! ahi estás, forte e soberba,
Com uma historia em cada ameia,
Torre mais velha que o reino,
Torre de Santa Ireneia!...
E começára a quadra a Muncio Ramires, Dente de Lobo, quando em cima uma sala, aberta á frescura da noite, se allumiou — e o Fidalgo da Torre,