mediocriter eruditam, tam exacta Musices scientia curavit perdocendam, ut cum praestantissimis illius artis professoribus contendere posse putem.»
187 Já citei o paragrapho do Panegyrico de Barros, dedicado aos exercicios musicaes da Infanta.
188 A respeito dos Sigeos de Velasco e Mello, de Torres Novas, e do retrato das duas irmans, consulte-se a Chorogr. Port. III 289 ss.
189 A familia do marido tinha jazigo na egreja parochial de Santiago.
190 cancioneiro de todas as obras de seu pac, para o qual obteve privilegio em vida de D. João III, foi afinal publicado por Luis Vicente, irmão de Paula que serviu de moço ao Principe e subiu depois a escudeiro e cavalleiro (1594).
191 Vid. o estudo do Visconde de Sanches de Baena sobre Gil Vicente, Lisboa 1890.
192 O primeiro que a comparou à mulher de Luciano, fallando da sua collaboração na obra do pae, foi o auctor do Enthusiasmo Poetico.
193 Vid. Juromenha, Obras de Camões 1, 30; Visconde Sanches de Baena, p. 6 e 55, Documento VIII; Silvestre Ribeiro 49, e Th. Braga, Gil Vicente, ed. 1898, obra na qual ha reflexões judiciosas acerca de Paula, no mesmo sentido restrictivo que aqui advogo (p. 146, 174, 181, 269 e 273).
194 O grande zelo religioso da Rainha D. Catharina só poderá ser estranhado por quem não se lembrar das tristissimas scenas que presenciara na sua juventude. Filha posthuma de Felipe o Bello, nasceu em Torquemada, durante o phantastico cortejo funebre com que a viuva levou a Granada o corpo do defunto rei. E viveu sempre em severa reclusão, ao pé da mãe, em Tordesilhas, d'onde sahiu directamente para occupar o throno portuguez (1524).
194b Nas Notas Addiccionaes 107b 149b já me referi à copiosa livraria da Rainha D. Catharina e aos importantes subsidios para a sua physiognomia intellectual, recentemente desenterrados por Sousa Viterbo. Nos codices 160, 161 e 163 da Torre do Tombo (da antiga Casa da Corôa) em que se descreve a despeza da Rainha, ha verbas importantes relativas aos seus livreiros, encadernadores e impressores; longas listas de volumes entregues á camareira ou a Joanna Vaz; sommas para livros da Infanta (sua filha). A maior parte dos livros que mandou comprar versava sobre assumptos devotos e ethicos. Já mencionei as grammaticas que adquiriu. Entre os textos profanos, ha muitos de historia antiga e moderna: Plutarco, Julio Cesar, Quinto Curcio, Josepho; Cronicas de Hespanha, Aragão, Navarra; as do Condestavel, Rey D. Pedro, Juan de Castella; a Cronica fabulosa del Rey Rodrigo, a Cronica Troyana, a dos Nueve de la Fama. Não desprezou de modo algum a poesia. Ao lado do Cancioneiro Portugués estava o Castelhano, o de Juan del Enzina, o de Jorge Manrique, as poesias de Mena e Santilhana, e o Mingo Revulgo.
195 Este Senhor D. Duarte, filho de D. João III, nascido antes do casamento com D. Catharina, destinado para Arcebispo de Braga; era muito afeiçoado ás letras, e documentou essa sua inclinação em um tratado, repleto de citações e allusões eruditas. (Hist. Gen., Provas III 40). Os mestres e condiscipulos enalteceram-no como um portento de sabedoria. Mas nem mesmo este rebento-espurio do tronco regio medrou. Ao cabo de quatro lustros, definhou, extinguindo-se em 1543.
196 D. Antonio, o infeliz Prior do Crato, de caracter e actos tão problematicos e controversos, fora educado em S. Cruz.
197 Veja-se p. 34 e Nota 126.
198 Hist. Gen., Provas 11 436-438; Bibl. Eborense, Cod. CIII — 2 — 26 f. 70, 72 e 309. — Rivara, no Catalogo da Bibliotheca, vol. III 179, attribuiu erroneamente à filha de D. Manoel essas cartas infantis, confundindo as duas Marias, como tantos outros auctores nacionaes e estrangeiros. Escritas em português, são dirigidas ao noivo (D. Felipe), á cunhada (D. Juana) e ao Imperador (Carlos V). Falta a carta ao pae, a cuja resposta me refiro no texto e na Nota que segue.
199 Hist. Gen., Provas II 438. O «fosse» é accrescento meu.
200 Recibimiento de D. Maria, muger de Felipe II. — Bibl. Nac. de Madrid, Ms. P. 47.
201 Trovas que se fizeram quando el-rei D. João III casou a Infanta D. Maria sua filha com Filippe, filho do Imperador Carlos V, Rei de Espanha, e dizem que as fez o Infante D. Luis seu irmão. Conheço-as, directamente, de uma Miscellanea da Bibl. do Porto, já explorada por Camillo Castello Branco (Jornal da Manhã 1890 N.° 172) e tambem por Fernando Palha no Catalogo da sua Livraria (N.° 4570). — Outros restos da actividade litteraria do Infante estão ineditos: cartas, aphorismos, trovas sentenciosas. Alguns Sonetos sacros, de sentimento profundo, e forma polida, andam encorporados nas obras lyricas de Camões.
202 Esta composição talvez represente a estreia poetica de Jorge de Montemór. O curioso encontra-a no Catalogo Rasonado de D. Garcia Perez (p. 393), copiada sobre o unico exemplar conhecido da edição original, resguardado na Bibl. Nac. de Lisboa. — Desconheço os motivos porque o auctor as dedicou ao esclarecido Regedor das Justiças de Portugal, D. João da Silva. Apenas tenho vagas suspeitas a que darei vasão no fim d'este estudo, ao fallar dos Silvas.
203 Ignatii Moralis in Interitu Principis Joannis Elegia dua 1554. Joannes Princeps recenti fatu functus et Maria eius soror in Olympo colloquuntur.
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