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esmagador, e basta para levar a convicção ao animo menos credulo e mais refractario. Commentemol-o, todavia, corroborando-o com outras provas irrecusaveis hauridas nas mais puras e genuínas fontes da Maçonaria.

Uma observação, antes de começarmos.

Não se diga que a Maçonaria brazileira nada tem de commum com a da Europa.

Escusado parece demorarmo-nos em responder a tão frivola objecção. Porquanto já o inclyto Prisioneiro da Ilha das Cobras refutou-a cabalmente[1], já Nós mesmo a destruimos[2], já um maçon, representante da Nação, pulverisou-a no seio do nosso parlamento[3].

« A Maçonaria, diz um auctor sagrado da seita, não é de paiz nenhum; não é franceza, escosseza ou americana. Não póde ser sueca em Stockolmo, prussiana em Berlim, turca em Constantinopla, se lá existe. É uma e universal: tem muitos centros de acção, mas só um centro de unidade. Se ella perdesse este caracter de unidade e universalidade, deixaria de existir. »[4]

E pouco importa que ella se subdivida em mil sociedades mais ou menos secretas, mais ou menos revolucionarias, mais ou menos impias, tomando diversos nomes, segundo as circumstancias de tempo e lugar. Não é porque se denomine Carbonaria, Illuminismo, Joven Italia, Joven França, Joven Allemanha, etc., que

  1. Instruc. Pastoral de 25 de Março de 1873, que mandamos publicar em nossa Diocese.
  2. Carta Pastoral de 2 de Fevereiro de 1873.
  3. Deputado Silveira Martins. Sess. de 29 de Maio de 1874.
  4. Irmão Ragon. (Curso phil.)