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« Desde que nos constituimos em corpo de acção e que a nossa Ordem reina tanto no fundo da Venda mais distante, como da que mais se avisinha do centro, um pensamento ha que sempre preoccupou os homens que aspiram á regeneração universal: é o livramento da Italia, donde deve resultar em dia determinado a alforria do mundo inteiro, a republica fraternal. »

Eis o fim secundário.

Com quanto affirmem alguns maçons que a Maçonaria se não envolve em religião nem em politica, por lhe ser isso vedado pelas suas constituições, nada todavia é menos verdade que semelhante asserto. Provam-no os proprios escriptores mais abalisados e fidedignos da seita.

Ides ouvir, Irmãos e Filhos carissimos, o que, em 1854, dizia o irmão Bourlard no Grande Oriente da Belgica, no meio de geraes applausos do povo maçonico:

« Nós, maçons, lemos o direito e o dever de occupar-nos com a questão religiosa dos conventos e de atacal-a de frente; é mister que o paiz inteiro cure-se dessa lepra, ainda quando lhe seja preciso empregar a força....... As grandes questões de principios politicos, tudo o que é relativo á organisação, á existencia, á vida de um Estado, ah! tudo isto, sim, tudo isto pertencenos em primeiro lugar, tudo é de nossa alçada, para dissecar e fazer passar pelo crisol da razão e da intelligencia. »[1]

  1. Cri d’alarme. p. 11, 12.