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conselheiro tinham de chegar! — notou lisonjeiramente o sr. Bento Pertunhas.

— Eu sim — respondeu com toda a sua modestia o brazileiro. — A que cheguei eu? Comi candeias accêsas pelo Brazil, para arranjar um boccado de pão para o resto da vida; com isso me contento. O mais, sou um pobre diabo que ninguem conhece, um homem ignorante, sem principios. Elle é outra coisa.

— Não é tanto assim — insistiu Pertunhas — todos sabem que v. s.a se quizesse...

— Olhe, meu caro amigo, eu conheço-me; se tivesseo juizo de muitos, que por ahi vejo figurando, então havia de me vêr na brecha; porque, não é por me gabar, mas não me tenho por menos do que muitos d’elles.

— Ora pois, não, não — disseram os lavradores, Pertunhas e o padre.

— Alguns que até ministros teem sido...

— Por essa estou eu...

— O conselheiro mesmo... — resmungou o padre, fungando uma pitada jesuitica — sim, aqui para nós...

— Tanto não digo — continuou o brazileiro, mais jesuiticamente ainda. — O conselheiro... vamos... Faça-se-lhe justiça. Eu não quero dizer que elle seja uma coisa por ahi além... sim... Que diabo tem elle feito a final?... Mas... Não é dos peores, não é dos peores. Faça-se-lhe justiça. Não é homem de grandes talentos... isso não; nem mesmo de grande fundo. Sim... Devemos confessar que esta é a verdade... Mas... emfim, vamos andando...Cada um faz o que pode — concluiu o brazileiro, depois de ter feito justiça ao conselheiro.

— No que elle tem andado mal é em prometter mais do que pode fazer. Ha quantos annos nos anda a falar na estrada, e até hoje ainda nem palmo d’ella? — opinou Pertunhas.

— Meu amigo, engana meninos e chupa-lhe o pão: diz o dictado — ponderou o brazileiro.