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uma suspeita me offendem — disse a morgadinha, accentuando com expressão as ultimas palavras.

Henrique acudiu immediatamente:

— Longe de mim duvidal-o.

E calaram-se por muito tempo.

Pela sua parte proseguia o conselheiro no caminho para casa do herbanario. Cruzou-se com varios homens, mulheres e creanças de aspecto doentio e soffredor, que voltavam de consultar o velho a respeito dos seus males; eram mancos, ictericos, escrofulosos, creanças de aspecto rachitico e enfezado, os mais melancolicos exemplares do infortunio humano.

— São os peregrinos que veem de Meca — disse comsigo o conselheiro. — Pelo que vejo a clientela do meu velho amigo herbanario mantem-se fiel, como d’antes. Valha-nos Deus, que o meu severo censor não trata com muito respeito o codigo.

Entrou emfim a porta do quintal.

Poucos passos andados encontrou-se com o Zé P’reira, que vinha virando e revirando nas mãos um papel e monologando, segundo o costume:

— Ora! ora! ora!... Estragar o vinho de nosso Senhor com esta mexerofada! Isso até era um peccado. N’essa não caio eu!

O conselheiro interrogou-o sobre as causas d’aquelle aranzel.

O homem, depois de cortejar, respondeu mostrando uma receita que lhe dera o herbanario no virtuoso intento de lhe fazer aborrecer o vinho, causa dos seus males. A receita era extrahida da Polyantheia, e tinha por ingredientes uma cabeça e sangue de carneiro, cabellos de homem e figado de enguia; mas o doente ia pouco disposto a experimentar-lhe a efficacia.

Depois de se separar do Zé P’reira, o conselheiro seguiu por uma rua de limoeiros, e como homem a quem era familiar a topographia do quintal. Cêdo