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Que scena! Corre nas praças
Sanguinaria multidão,
Como nuvem de desgraças
Semeando a desolação.

Cáem por terra sem vida
Tenras creanças ás mil,
E uma turba enfurecida
Corre á matança febril,

As mães pallidas, chorosas,
Supplicam, pedem em vão!
N’essas feras sanguinosas
Não palpita um coração.

Outras tentam em delirio,
Os seus filhos disputar,
E com elles no martyrio
Gostosas se vão juntar.

Sobre a terra ensanguentada
Eu soluçando, ajoelhei,
E de intensa dôr magoada,
A Deus piedade implorei.

Findava a prece, e uma estrella
No horisonte despontou,
Pura, scintillante, bella
O caminho me traçou.

Á humilde e escondida estancia
Da venturosa Belem
Cheguei; vi um Deus na infancia
Nos ternos braços da mãe.

Minha colheita de dôres
N’aquelle berço depuz,
Da humanidade aos rigores
Pedi remedio a Jesus.

No olhar do divino infante
Raiou a luz e fulgor,
Foi a aurora radiante
Que annuncia um redemptor.

Não se descreve a impressão causada por estes versos, que assim transformavam a Fama do auto