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—­Bons dias ou boas tardes, tia Dorothéa, porque me parece que já jantaram. Vimos aquí para confiar aos seus cuidados a tia Victoria, que não nos quer acompanhar a ouvir a palavra éloquente do missionario—­disse a morgadinha.

—­Eu não; para apertos e barafundas é que não estou.

—­E tu vaes, Lena? perguntou D. Dorothéa.

—­Então? Não quero passar por impénitente. Ainda o não ouvi. Pode crer? Além de que percebi na Christe um fervor, com o qual quiz condescender.

—­Dizem que préga tão bem—­atalhou Christina.

—­Pois prégará, mas eu é que já não estou para sermões—­ponderou D.Victoria.

—­Vou eu tambem ouvir o missionario—­disse Henrique, levantando-se.—­Já m’o mostraram ha dias. Se os dotes oratorios do homem corresponderem á figura...

—­Então?—­interrogou D. Dorothéa.

—­É um homem gordo e vermelho, de pulso grosso e, em geral, typo da grossura do pulso.

—­Pois bom é que vás, menino—­disse D. Dorothéa—­para acompanhares as pequenas.

—­Como quizer, primo,—­acudiu Magdalena—­mas não se constranja. OTorquato tambem vae.

—­Que quer dizer? Que me dispensa?

—­Não; mas que se é só por condescendencia que...

—­É por prazer. É por devoção.

—­N’esse caso...

E Henrique foi procurar o chapéo para acompanhar as duas primas á igreja.

O Santo Amaro fôra festejado com espavento na freguezia da sua invocação. Vesperas, missa cantada, duplo sermão, e procissão á volta da igreja, nada faltára para solemnisar a festa.

O sermão da manhã fôra prégado por o abbade; o da tarde havia sido concedido ao missionario, que o aproveitára para uma das suas catechéses.