O médico abaixou-se para auscultar-lhe o coração.

— Está morto. . . disse.

Houve uma triste concentração em que se ouviram prantos abafados.

E o negro vulto de barbas brancas pôs-se a rezar, ao lado do cadáver, com as mãos postas, o pálido rosto pendido sobre o seio.

Entretanto, Alzira, num transporte de aflição, correra a ter com a outra sombra, que se quedava à distancia, de cabeça baixa e rosto escondido sob o capuz, e exclamou entre soluços, estendendo-lhe os braços suplicantes:

— Meu padre! Meu padre! Sou eu a culpada de tudo isto! Sou muito, muito desgraçada! Peça perdão a Deus por mim!

O vulto se agitou e tremeu todo, através do mistério da sua negra túnica.

Ouvia-se-lhe o ansioso arquejar do peito.

Depois, como se precisasse de ar, arremessou para traz o capelo do hábito e recuou aterrado.

Alzira soltou um grito.

— Ele!

E teria caído no chão, desfalecida, se Ângelo a não amparasse nos braços.

Acudiram todos e se apoderaram dela.

O presbítero puxou de novo o seu capuz sobre o rosto, deu o braço à outra sombra, e começaram os dois de novo a seguir o seu caminho.