Ângelo aproximou-se vagarosamente da misteriosa mulher que o esperava na capela, e perguntou-lhe a que vinha.
Ela, cuja comoção se percebia, apesar do espesso véu que a ocultava da cabeça aos pés, respondeu indicando-lhe o confessionário. Ele encaminhou-se então para lá, sentou-se, e, com um gesto, convidou-a a que se ajoelhasse a seus pés.
O vulto tremia todo, quando vergou os joelhos e abaixou o rosto, para rezar entredentes o confiteor.
— Não se amedronte, minha pobre irmã. . . disse o presbítero com a voz amiga; não trema desse modo, que por mais fundas que sejam as chagas do seu coração? e por maior que seja o remorso da sua alma, a misericórdia divina há de chegar até lá, se o arrependimento já lhe abriu o caminho e franqueou as portas. Não se assuste, porque não é a mim que vai falar, é a Deus, cujo seio de amor e de bondade jamais se fechou uma só vez aos que sofrem e pedem