Em uma desarranjada alcova do velho castelo, entre mesas cobertas de frascos de remédio e estojos de cirurgia, há uma cama com um cadáver de mulher.

Esse cadáver é de Alzira.

Tem soltos os cabelos, que lhe correm de um e de outro lado do rosto. Os braços saem-lhe das largas mangas de uma túnica branca, e cruzam-se piedosamente sobre o frio e apagado peito.

Ela, de tão serena que tem a fisionomia, parece dormir um sono que não é o derradeiro, e nos seus lábios gélidos, para sempre unidos pela morte, há como que a sombra do último sorriso que por eles passou.

Ao lado da cama, enterrado no fundo de uma poltrona e com o rosto escondido no lenço, Artur Bouvier chora silenciosamente; junto dele o conde de Saint Malô, também mudo, contempla o cadáver. E o dr. Cobalt, com ar prostrado e a roupa em desordem, arruma a sua carteira de médico e prepara-se para sair.