me, se mo permitirem, a apresentar hoje no púlpito da capela real alguém a que irá dignamente substituir o padre La Rose.
Fez-se em torno destas simples palavras um profundo silêncio de pasmo e de desabafo.
Bastava só, porém, a presença do frei Ozéas naquela sala do paço arcebispal para levantar a surpresa do cabido inteiro, porque todos lhe conheciam a vida obscura e solitária, e todos sabiam que era muito e muito raro vê-lo fora do seu modesto convento a não ser para algum ato de caridade.
Frei Ozéas era um homem singularíssimo, como mais adiante apreciará o leitor. Havia vinte e tantos anos que em torno dele se formara, de dia para dia a mais sólida reputação de virtude e santidade.
De quem disporia o singular frade para fazer substituir La Rose?...
E começou logo o sussurro dos comentários.
O arcebispo, entretanto, tomara-o avidamente pelo braço, e desaparecera com ele pela porta que conduzia ao interior do palácio.
Pouco depois, descia frei Ozéas as escadas do paço, metia-se no carro que o esperava à entrada do jardim, dizia ao cocheiro que tocasse depressa para o convento de S. Francisco de Paulo, e daí a meia hora, atravessava o longo pátio ladrilhado de pedra e subia a pesada escada