do claustro, em que ele se havia condenado a viver para sempre em dura penitência.

Apesar do tremor dos seus setenta anos, venceu ligeiro os extensos corredores abobadados, galgou uma estreita escada que conduzia a um sombrio mirante, e, tendo várias vezes volvido os olhos para trás, como se temesse ser acompanhado por alguém, chegou-se a uma pequena porta inteiriça, e bateu três pancadas secas com as falanges dos seus dedos ossudos e pálidos.

A porta abriu-se sem ruído. Ele entrou, e a porta fechou-se de novo, silenciosamente.

O lugar em que o venerando religioso acabava de penetrar, era uma triste cela, sombria e espaçosa, com uma janela gradeada e fechada, e apenas frouxamente esclarecida por uma clarabóia do teto. As paredes, nuas de alto a baixo, tinham uma cor sinistra de osso velho. Em uma delas havia um grande nicho com a imagem da Virgem da Conceição, quase de tamanho natural; a um dos cantos, uma negra estante toscamente feita, pejada de grossos alfarrábios amarelecidos pelo tempo; no centro, uma mesa de madeira escura com um breviário em cima, ao lado de uma candeia de azeite, um pedaço de pão duro e um cilício cru; junto à mesa, um banco de pau

Ozéas fora recebido à porta por um mancebo de uns vinte anos, muito pálido, ainda imberbe,