Pobre Ângelo! Sua alma tinha remorsos daquela noite passada em companhia de Alzira. Travava-se dentro dele. uma pungente revolta contra o misterioso inimigo, que assim o arrancava à doce e honesta tranqüilidade do leito, para levá-lo de rastos, como um perdido, pelos barrancos da fantasia, obrigando-o a percorrer antros sensuais, ao lado do fantasma de uma cortesã, que o ameaçava de voltar todas as noites.

— Maldita sejas tu, imunda fantasia! pensava ele, maldita sejas tu, danosa imaginação! Ah! se pudesse eu fechar-vos entre os dedos e reduzir-vos a pó!. . . entretanto, governa ainda os meus sentidos e perturba ainda a minha consciência!. . . O pó e a lama dos sepulcros não são menos poderosos do que a carne palpitante, quando os reanimam a nossa saudade e o nosso amor!. . . Não há mulher que de nós desapareça para sempre, quando nós deveras a amamos!... Foge-nos dos olhos, foge-nos dos