— E ao mesmo tempo é o teu banco. . . faceciou Ângelo.

— Justamente, tornou Alzira. Quando preciso de dinheiro, venho buscá-lo aqui.

— E estas aves, porque esvoejam em torno da montanha, e por que soltam assim uivos tão tristes?. . .

— São as almas dos avarentos. . . Rondam, noite e dia, sem cessar, o tesouro que já não podem possuir e que ainda cobiçam. Atrai-as o cheiro do dinheiro! Deixa-as lá, míseras que são!

E Alzira encaminhou-se para o pedregulho que fechava a gruta, e tocou sobre ele com a sua linda mão cor de nove.

A pedra afastou-se incontinenti, e uma fulgurante abertura fez-se defronte da cortesã, jorrando luz como a boca de uma fornalha.

As aves que rondavam a montanha, assanharam-se e logo se puseram a rodopiar com mais fúria, multiplicando os uivos e os gemidos.

Ângelo adiantou-se deslumbrado, olhando para dentro daquela esplêndida galeria de ouro e pedras fulgurantes.

— É maravilhoso! exclama ele. É surpreendente! Oh! quanta riqueza! Que interminável tesouro!

E olhava, fascinado.

A galeria, plana embaixo e por cima abobadada,