Prova-o a tal famosa história, que o padre na capela prometeu contar ao outro, envenenando-a sem dúvida, e a qual tinha afinal a sua base na mais legítima bondade cristã, como se pode ver pela seguinte exposição do próprio fato:

A viúva do morgado de Thevenet era mulherzinha de má nota. Em Monteli falava-se, à boca pequena, a respeito dos seus desregramentos amorosos. Constava mesmo que certa rapariga morrera de desgosto, porque o seu noivo cairá um dia nos braços da maldita, e nunca mais conseguira despregar-se deles, senão para ser enterrado.

Entretanto, Ângelo, logo nos seus primeiros tempos de Monteli, uma vez, depois de uma das prédicas da quaresma, fora surpreendido em casa com a visita da

viúva.

Recebeu-a amavelmente, como a todos recebia.

A mal reputada senhora não procurou rodeios para confessar a profunda impressão que sentira, ouvindo as simples e sinceras palavras do eloqüente pregador, e, tal fora a súbita vergonha que lhe veio pelas impurezas do seu passado, que àquele pediu encarecidamente para ajudá-la na obra da sua regeneração.

Chorou. E o presbítero compreendeu que aquelas lágrimas não eram fingidas, e