que ali estava a seus pés uma alma capaz de convicto arrependimento.

Não hesitou um instante, pôs-se logo à disposição dela, pronto a servir-lhe de guia espiritual. O primeiro conselho que lhe deu, foi que alijasse de si, e de uma só vez, todos os seus antigos pensamentos, e procurasse criar novos, inspirados na moral cristã e no exemplo dos justos, porque, desde que os pensamentos fossem bons, as ações seriam boas conseqüentemente.

Ela prometeu obedecer.

Depois aconselhou-a a que procurasse, antes de entrar na prática da piedade, exercer sinceramente a caridade, como um salutar curso preparatório e caminho mais curto e mais seguro para aquela.

— A piedade, dizia ele, é flor mimosa e exigente; só pode ser exercida com bom proveito, quando o coração de quem a pratica se acha em absoluto estado de paz, e quando se sente feliz e satisfeito consigo mesmo. Sem a inteira harmonia de todos os atos e de todas as intenções, ninguém pode, minha irmã, ser piedoso e justo. A piedade é o perfume da moral religiosa, é o lírio branco e místico do amor pelos seus semelhantes. Sede virtuosa convosco mesma e sede boa para todos sem distinção de ninguém, que a piedade derivará dos vossos atos, como a paz deriva da consciência reta e cônscia do cumprimento dos seus deveres. Ah! se não fora esse inquebrantável