Ângelo deu um salto sobre o libertino que acabava de falar e, desembainhando a sua espada, exclamou, pondo-lhe a mão esquerda fechada em frente do rosto:

— Mais uma palavra e arranco-te a alma, miserável!

— Acalmem-se! suplicou Alzira, colocando-se entre eles. Acalmem-se por quem são! Bebamos e folguemos, antes que o sol venha de novo tirar-me a carne de cima dos ossos!. . .

— A beleza, disse o contendor de Ângelo, esvaziando ainda uma vez a sua taça espumante; a beleza é uma divindade! E uma divindade deve ser adorada por todos!

— Bravo! bravo! gritaram os que se tinham deixado ficar no chão. Adoremos a divindade da beleza!

— À Beleza! À Beleza!

E entre risos, as taças chocaram-se, tilintando.

— É demais! gritou Ângelo desprendendo-se dos braços de Alzira, e saltando em meio do banquete. E demais! Este miserável deve morrer!

A cortesã procurou detê-lo.

— Ângelo! Ângelo!

— Deixa-me! bradou este. Quero punir aquele; infame! quero esmagar aquele; estúpido libertino!

Houve um geral sobressalto. Ergueram-se todos.