Puxaram pelas espadas, e as damas empalideceram, soltando gritos de pavor.

Ângelo parecia possesso. A lamina do seu aço florentino reluzia no ar, ameaçadoramente. E ele sem deter-se um instante no mesmo lugar, varria aos pontapés os estorvos que encontrava nos seus saltos de esgrimista.

— Venham todos! bradava, sacudindo os cabelos. Venham todos, cáfila de brutos sensuais! Venham, que os rejeitarei na ponta deste ferro!

— Ângelo! Ângelo !

— Com a vida o pagarás! exclamou um hércules veneziano, que acabava de erguer-se sacando o punhal.

— Morrerás como um javali! gritou outro, acudindo de arma em punho.

E ouviu-se um coro de imprecações e frases de terror.

— Um conflito?! . . .

— Calma! calma!

— Diabos levem os intrusos!

— Morra quem perturba o nosso gozo!

— Matem-no e lancem o cadáver ao mar!

— Fiquemos com a mulher, que é bonita!

Entretanto, um cavalheiro colocara-se defronte de Ângelo, com a espada em desafio.

Mediram-se as laminas, os ferros cruzaram-se no ar: os dois fizeram uma rápida oração entre