— Se tem, não sei. . . respondeu a criada, porque ele não se queixa nunca...É outra que eu estranho! . . .
— Come com apetite?. . .
— Tão pouco como dantes. . .
— Está mais expansivo?. . . Conversa?. . .
— Está na mesma. . . E isso também não deixa de causar-me certa estranheza!
— Dorme bem?. . .
— Ah! Quanto a isso, acho que até dorme demais!. . . Ultimamente, mal toca às Trindades, já o senhor vigário está procurando a cama!... Só nisto mudou durante a ausência do sr. doutor... Dantes levava às vezes acordado até que horas da madrugada, e agora, é anoitecer, e já ninguém o detém de pé! Deu para isso desde aquela célebre noite em que o vieram buscar para ir à Avenida de Blancs-Manteaux.
O médico tomou novas notas e perguntou depois, sem desfilar o olhar de onde o tinha pregado:
— Ele anda muito durante o dia?... Fatiga-se?...
— Não sai agora de casa senão para os seus deveres . . .
— Não passeia?...
— Agora, nunca. Dantes ainda o fazia algumas vezes, e quase sempre demorava-se por aí, margeando o rio ou percorrendo a serra; mas depois da ida ao castelo d'Aurbiny, nunca mais