esta em que eu te tenho ao meu lado, ao alcance dos meus lábios!. . . Leva-me, como nas outras noites, para os teus palácios encantados, para as tuas grutas misteriosas, leva-me para onde quiseres. Eu serei o teu pajem! o teu amante! o teu donzel!

— É tarde! replicou Alzira, desviando-se dele, sem fugir de onde estava!

— Não! insistiu o pároco! não é tarde! Venha a minha espada de cavalheiro! Venha o meu fogoso ginete de longas crinas flutuantes! Arranca-me desta abominável mortalha preta, em que me envolveram desde o berço! Arrancam-me desta vida estúpida, e dá-me a outra ideal e sonhadora! Vamos! quero ser de novo um aventureiro, quero as minhas paixões, quero o meu punhal, quero a formosa mulher que palpitava de amor nos meus braços! Vamos! Vamos, minha Alzira, meu doce enlevo, poesia e sonho de minha vida, encanto da minha alma! Vamos! atende-me!

— É tarde!

— Ah! gemeu o mísero, deixando cair a cabeça entre as mãos, a soluçar.

— Ouve, desgraçado! tornou a sombra de Alzira, com uma voz triste e plangente. O amor que te votei era tão grande, que ninguém jamais amou tanto sobre a terra! . . . tão grande, que eu consegui, das invioláveis profundezas deste mundo dos mortos, criar um novo modo de viver contigo!