a algum dos outros religiosos ou a algum professor do seminário, quando as exigências do ensino assim o determinavam.
O sigilo da existência e da criação de Ângelo no convento, não foi quebrado por nenhum dos frades que o conheciam. Uma cadeia de respeitoso interesse formou-se em torno dessa criança, que todos eles acreditavam predestinada, pelos mistérios do céu, a cumprir na terra uma alta e sagrada missão.
Ângelo cresceu, pois, fechado na sua religiosa estufa, sem ter nem ao menos desconfiança do que se passava lá fora, nessa cidade do prazer e do vício. Cresceu casto como uma flor, que as abelhas e as borboletas não alcançam.
Apenas conhecia a religião e a Bíblia. Até aos vinte anos, fez todos os seus estudos e recebeu as ordens ao lado do pai espiritual. Mas tal era a confiança que o velho Ozéas tinha no seu discípulo, que não hesitou em apresentá-lo para substituir La Rose no sermão de quinta-feira santa na capela real.
Ângelo ia sair à rua pela primeira vez.