O sermão de Ângelo foi um verdadeiro acontecimento, que logo se apoderou da curiosidade de Paris inteiro.

Por toda a parte se falava em tal, e se comentava aquele pálido e meigo seminarista, que vinha, da sombra silenciosa de um pobre mosteiro, abalar o coração de toda a corte de Luís XV.

Discutiam-lhe os olhos, a boca, os cabelos. Falava-se do seu ar angélico, da sua encantadora expressão de santo inspirado, e da maravilhosa doçura da sua voz.

Formaram-se logo mil lendas a respeito dele, e sabia-se que o rei, depois de lhe oferecer um lagar na capela real, o que foi imediatamente recusado pelo velho Ozéas, propôs-se a assistir à sua missa nova, graça que não tinha até aí concedido a nenhum outro iniciado, e prometeu também presenteá-lo com as vestes e paramentos que o seminarista tinha de pôr nesse dia, o que