equivalia a dizer que Ângelo iria ordenar-se cercado de todos os esplendores.
E começaram, tanto os que presenciaram o famoso sermão de quinta-feira santa, como os que apenas ouviram falar dele com insistência, a esperar o dia da iniciação de Ângelo, para ter, ao menos, o prazer de ver esse imberbe e afortunado pregador, que assim abalava escandalosamente o alto e baixo público de Paris.
Ângelo era o assunto de todas as palestras da rua e das salas. No teatrinho que o duque de Orléans tinha no seu palácio de Bagnolet, célebre pelas cenas licenciosas que aí se representavam, tratava-se já de fazer subir à ribalta uma peça com o nome dele, na qual o duque desempenharia um dos principais papéis.
No salão teatral da duquesa de Villeroi, onde o rei da Dinamarca viera uma vez para ouvir declamar o popularíssimo Le Kain e MºClairon, pensava-se também em montar uma comédia de assunto sacro, cuja ação se passava na capela real, e cujo protagonista era um pregador de vinte anos.
E, assim, no teatro do barão de Esclapon, no da duquesa de Mazarin, no do Sr. de Magnaville, no do príncipe de Condé, no da Guimard, e nas salas alegres de Sofia Arnoud, pontos esses de reunião em que melhor se fazia espírito e, com mais graça e mais picante maldade, se discutiam as novidades e os escândalos do dia, era