lábios; as mulheres tinham desmaiado de cor ligeiramente. Cobalt acrescentou em voz cava, como se falasse consigo mesmo:
— O que talvez não esteja longe!. . .
E um indeciso sobressalto agitou-lhes o sangue e oprimiu-lhes vagamente o coração, nem que naquele momento entrasse ali, como um sopro pressagioso, agitando as cortinas da sala e empalidecendo a luz das velas, um clarão vermelho vindo das bandas setentrionais da América.
Era o anélito da revolução que se aproximava lentamente da França.
Se prestassem ouvidos, quem sabe? talvez escutassem um surdo ruído subterrâneo: Diderot e d'Alembert abriram já a sua mina por debaixo da terra, para depois Voltaire lançar-lhe fogo.
Só Alzira não parecia sobressaltada. Encaminhando-se para o Dr. Cobalt, tomou-o pelo braço, afastou-o para um canto da sala e perguntou-lhe, reclinando no ombro dele a sua formosa cabeça:
— Já sabe qual é o dia marcado para a missa nova do padre Ângelo?. . .
— Segunda-feira.
— Onde?
— Em Notre-Dame.
— Quer ir comigo?
— Com mil desejos, minha encantadora amiga.
— Obrigada. Iremos juntos.