para este convento. . . tu, que vieste das mãos de Deus para as minhas, e das minhas tornaste hoje diretamente para as mãos de Deus... porque tremes agora e por que me olhas desse modo, Ângelo?!

— Não sei, não sei, meu pai!

E Ângelo, como se receasse a traição dos próprios olhos, sentou-se no banco e escondeu o rosto nas mãos.

Ozéas chegou-se mais para ele e disse, depois de contemplá-lo em silêncio por algum tempo:

— Acaso estará o demônio a cercar-te, cobiçoso de tua alma tão branca e tenra?. . . ou a tua perturbação será causada pelo eco profano dessa capital que te admira e te aclama, e cuja multidão só hoje atravessaste pela primeira vez?. . .

Ângelo ergueu-se e descobriu o rosto.

A sua fisionomia tinha-se transformado.

— Não sei! exclamou. Não posso explicar o que sinto, o efeito que me produz o confuso rumor que ouço em torno de mim!. . . Não posso determinar qual é o fato que me perturba, qual é o ponto de onde me vem esta agonia, mas sinto-me espavorido e frio, como se estivesse abandonado sobre o píncaro de um rochedo nu, em torno do qual se agitam todos os mares do globo. Sinto em derredor do meu cérebro o terrível vozear desse interminável oceano... E no arruído