nem o luxo, nem a riqueza, nem a concorrência, nem as notabilidades de toda espécie, neste baile só há uma coisa que me interessa; uma coisa bem pequenina, e por isso mesmo de um encanto inexprimível
— Que condão será esse tão poderoso?
— Disseste a palavra. E um condão, um verdadeiro condão de fada, que me transformou de repente, e fez do senhor um escravo humilde e submisso.
— Mas no fim de contas o que é?
— Um pezinho!
Tendo proferido esta palavra, Horácio julgou ter dito tudo quanto era possível exprimir na linguagem humana. Um pezinho, era aquele ente adorado que ele entrevia nos sonhos dourados de sua imaginação; era o primor, que deixara impressa a sua forma delicada na mimosa botina. O moço desenhava na fantasia aquele ídolo de suas adorações; e acreditava que Leopoldo devia, como ele, extasiar-se ante a maravilha da natureza.
Longe disso, Leopoldo depreendera das palavras do amigo, que ele estava sob a influência de uma paixão materialista; que ele amava a forma,