e piedade materna lhe davam a paciência necessária para arrostar com as zombarias do mundo.
Laura tinha um aleijão; nascera com os pés disformes. Para mais agravar o desgosto dos pais, essa monstruosidade vinha ligada a uma beleza angélica. A senhora avaliou do infortúnio de sua filha, e preparou-se para todos os sacrifícios. Consultas foram dirigidas aos melhores médicos da Europa; chegou a empreender uma viagem para tentar os recursos da ciência; foram todos ineficazes.
Desenganada afinal, dedicou-se a esconder a desgraça de sua filha, a fim de que ela não fosse obrigada a envergonhar-se na sociedade. Durante muito tempo Laura não teve outra criada, além de sua mãe. À custa de esforços constantes, de uma vigilância incessante de cada dia e cada hora, conseguiu a senhora manter esse segredo de família, do qual dependia a felicidade da filha.
Atingindo a idade de oito anos, a menina com o instinto da mulher, compreendera seu infortúnio; e desde então descansou a mãe daquele cuidado incessante. Ficando moça casou-