amada por Horácio da mesma forma, com aquela sublime abnegação.
Durante alguns dias, alimentou a esperança de conservar a afeição do noivo, e regozijava-se com a idéia da surpresa que lhe guardava.
A ausência do leão a foi desenganando de dia em dia. Travou-se então uma luta em seu espírito. Devia esquecer o homem que não amava nela senão uma fantasia?
O tom de Horácio na última noite a irritou. Seu amor-próprio indignou-se com o menoscabo do moço, e súbita revelação de sua alma lhe advertiu que esse casamento causaria sua desgraça.
No dia seguinte ao do rompimento, Amélia foi, como havia dito na véspera, à casa de D. Clementina. Era a primeira vez que tornava a ver Leopoldo depois do baile.
Estiveram juntos alguns momentos. Como de costume Leopoldo falou, e a moça embebeu-se daquelas palavras apaixonadas como de um eflúvio suave.
Em um momento de pausa, disse Amélia:
— O senhor passou por nossa casa na terça-feira?