— É verdade. Por que pergunta?
— Eu estava no jardim. Vi-o quando passava; cuidei que ia entrar.
— Não me animava.
— Por quê?... Mamãe já lhe ofereceu nossa casa.
— Tenho receio de ser importuno.
— Pouco saímos agora; à exceção das noites que passamos aqui, estamos sempre sós; mamãe lendo e eu tocando ou fazendo algum trabalho de lã.
— E ninguém mais? perguntou Leopoldo, fitando na moça um olhar interrogador.
— Ninguém! respondeu Amélia em tom grave.
Leopoldo ficou suspenso, buscando compreender o pensamento da moça. Era mágoa do bem perdido, ou temor do mal frustrado, que assim lhe anuviara a fisionomia?
Mas o sorriso prazenteiro iluminou o semblante da moça:
— Sabe? Naquela noite do baile, me contaram uma história muito interessante, disse ela.
— Não se pode saber?
— O senhor pode.