de Caminha aproou para Lisboa, onde contava gozar das riquezas, que lhe havia legado Aires de Lucena, quando morrera para o mundo.
Caminha era dessa têmpera de homens, que não possuindo em si bastante fortaleza de ânimo para resistir ao infortúnio, buscam atordoar-se.
O golpe que sofrera com a perda de Maria da Glória o lançou na vida de prazeres e dissipações, qual outrora a vivera Aires de Lucena, se não era ainda mais desregrada.
Chegado à Bahia, por onde fez escala, foi Antônio de Caminha arrastado pelo fausto que havia na então capital do Estado do Brasil, e de que nos deixou notícia o cronista Gabriel Soares.
A escuna, outrora consagrada à Virgem Puríssima, transformou-se em uma taverna de bródios e convívios. No tombadilho onde os rudes marinheiros ajoelhavam para invocar a proteção da sua Gloriosa Padroeira, não se via agora senão a mesa dos banquetes, nem se escutavam mais que falas de amor e bocejos de ébrios.
A dama, em tenção de quem se davam esses festins, era uma cortesã da cidade do Salvador, tão notável pela formosura, como pelos escândalos com que afrontava a moral e a igreja.
Um dia teve a pecadora a fantasia de trocar