mas rugidos de desespero. O navio singrava além e perdia-se na imensidade dos mares.
Afinal o recolheu um bergantim que tornava ao reino. Eram passados anos, dos quais perdera a conta. Ninguém já se lembrava dele.
Várias vezes, tentou Caminha a fortuna, que se de todas lhe sorriu, foi só para mais cruel tornar-lhe o malogro das esperanças. Quando ia medrando, e a vida se embelecia aos raios da felicidade, vinha o sopro da fatalidade que de novo o abatia.
Mudava de profissão, mas não mudava de sorte. Afinal cansou na luta, resignando-se a viver da caridade pública, e a morrer quando esta o desamparasse.
Um pensamento porém o dominava, que o trazia constantemente à ribeira, onde suplicava a todos os marítimos que passavam, a esmola de levá-lo ao Rio de Janeiro.
Achou enfim quem dele se comiserasse; e ao cabo de bem anos aportara a São Sebastião. Chegara naquela hora e atravessava a cidade, quando viu o tio à porta da casa.
Deixando o velho Duarte, seguiu além pelo Boqueirão da Carioca, e foi até a abra que ficava nas fraldas do Outeiro do Catete, no mesmo ponto em