que o senhor quer saber?
Hesitei; adivinhava o escrúpulo do velho.
— Por simples curiosidade.
— É aqui! disse ele abaixando a mão.
— Está certo?...
— Estou vendo!
E o pescador ajoelhou-se e fez uma oração. Compreendi que ele respeitava aquela cova como se fosse realmente uma sepultura.
Não perturbei o seu recolhimento, e esperei que terminasse.
— Empresta-me o seu remo?
— Para quê? perguntou-me estremecendo.
— Para desenterrar a caixa.
— Isso nunca!
— Por quê?... Pensa que esses livros são realmente a sua alma?
— Ele disse.
— Mas Deus não quer que a alma fique na terra como o corpo; ela deve voltar ao céu. É o que desejo fazer.
O velho abanou a cabeça.
— Ouça!... Se a alma desse moço está nos livros,. para que ela volte ao céu é preciso que entre em outras almas vivas. Aquilo que ele escreveu deve ser lido...