que vio, n'um estylo de colorista veneziano, com uma penna que é, ao mesmo tempo, escopro e pincel―eis a faculdade predominante d'este escriptor que, só errando a brilhante vocação que recebeu da Natureza, póde perder-se de vez em quando em abstracções philosophicas, sempre confusas, e em sabbatinas pedagogicas, sempre contrafeitas.
Elle não é um philosopho nem um educador das sociedades; é um artista! Abençoado quinhão o seu, incontestavelmente o melhor de quantos na terra se podem escolher!
Para demonstrar n'elle a superioridade do colorista, do pintor, sobre o philosopho e o critico, bastaria este volume de viajante, illuminado das mais bellas e radiantes paysagens, em que os aspectos ruraes, as marinhas, as scenas campestres, os quadros de aldeia se succedem, alegrando-nos a vista como um kaleidoscopo deslumbrador.
E eu não quero com isto dizer que Ramalho Ortigão, não seja um critico. Mas a