Amiel, que, emquanto viveu, foi obscuro e desconhecido, e que, morto, inspirou a muitos dos mais subtis moralistas modernos, taes como Renan, Caro, Bourget, etc., estudos minuciosos e delicados, soffria, como Anthero, de um excesso de vida interior, origem de desiquilibrios dolorosos. A solidão, em que Anthero vive e em que viveu Amiel, aggrava este estado, fazendo-o degenerar, de riqueza fecunda e rara, que pode ser, na perigosa doença que a élite do nosso tempo soffre com raras excepções: o enfraquecimento progressivo nos orgãos que determinam a acção e predispõem para o combate.

Para este mal, o remedio efficaz e supremo seria o contacto de outros espiritos, o attricto com outras intelligencias hostis ou apenas finamente e subtilmente criticas, porque se a convivencia com os homens nos faz perder a independencia absoluta do espirito, ou a originalidade profunda dos que não vão na corrente da opinião geral, nem